quarta-feira, dezembro 29, 2010

Parapente em vídeo 2010




terça-feira, dezembro 14, 2010

Memórias da revista vento & térmica

No dia 6 de Dezembro, cessou a Revista Digital - vento &térmica, foi um projecto que durou 5 anos, tomei uma decisão dificíl, mas inevitável em virtude de ter pouco tempo disponível para alimentar este projecto. Face a este acontecimento não poderia ficar indiferente sem dizer o que me vai na alma; vivi este projecto com bastante intensidade onde depositei informação diversificada sobre a modalidade, tive ajuda de alguns colaboradores que contribuíram para dar asas a este projecto. Na altura quando surgiu este projecto, havia poucos sites sobre a modalidade e a informação era escassa. Esta foi uma das razões que me motivou a trabalhar neste projecto em prol da modalidade, porque na verdade todo o meu tempo livre era dedicado de corpo e alma ao parapente. Senti que estimulei o aparecimento de alguns sites que hoje gosto de visitar. Actualmente divido-me por várias modalidades, sou autónomo em vários desportos de aventura e pratique-os conforme a minha disponibilidade e o meu estado de espírito... esta é a minha filosofia de vida. Não penalizando as outras modalidades, o parapente até hoje foi o desporto que me proporcionou as melhores emoções. Partilhar o voo com as aves, amigos, em paisagens arrebatadoras foi algo que me proporcionou momentos inesquecíveis. Obrigado a todos os meus amigos do parapente, não vou aparecer com a mesma regularidade, mas aparecerei sempre que seja possível e oportuno.
A revista digital – vento e térmica, foi um óptimo marco na minha vida, o meu objectivo principal foi divulgar e partilhar informação sobre a modalidade. Termino com umas palavras de agradecimento, a todos aqueles que directamente ou indirectamente ajudaram a tornar este projecto realidade. Foram mais de 535.000 os visitantes que clicararam na página, são bons indicadores que traduzem que houve muitos simpatizantes pela revista. Bem Haja a todos!...
Fica a promessa que vou continuar a publicar neste Blog, informação sobre a modalidade, embora em menos quantidade mas com a mesma qualidade.
Tudo na vida tem um princípio, um meio indetermidado e um fim...
Bons voos a todos.

quarta-feira, agosto 11, 2010

Camp. do mundo de parapente - Linhares da Beira


Decorreu de 7 a 14 de Agosto na serra da Estrela “Linhares da Beira” o campeonato do mundo de parapente, onde estiveram alguns dos melhores pilotos do mundo. Foi um espectáculo a não perder para os amantes do voo livre.






World Cup Portugal task 2 part 1 from broers philippe on Vimeo.




World cup portugal task 2 part 2 the flight from broers philippe on Vimeo.

segunda-feira, julho 26, 2010

Maratona Parapente - Grandola a Sines

Decorreu em 24 e 25 de Julho na Costa Vicentina a 3ª edição da XC Marathon 2010. Desta vez a aerologia impôs-se à meteorologia, as condições não permitiram realizar a famosa prova de Elite e a Sport. No entanto, a criatividade deu lugar a pequenas provas que mantiveram os pilotos ocupados. O jantar do evento esteve a um bom nível, o excelente convívio entre pilotos, amigos e familiares ficou bem evidente. Em ambos os dias a meteorologia teimou em manter as mesmas condições, mesmo assim os mais arrojados não deixaram de subir as dunas para tirar o “pó da asa”. Em condições adequadas, o local permite voar várias dezenas de quilómetros e usufruir de uma paisagem de rara beleza.


terça-feira, junho 22, 2010

Recorde nacional de parapente

Relato elaborado por Nuno Virgílio.
e já voltei. À 1:20h da manhã estava de volta no Vale de Amoreira com o Miguel. Se não fosse ele, eu não me tinha mandado!Obrigado ao Clube Vertical por desenvolver o spot e especialmente ao grande Miguel pelo apoio personalizado! Quando vi as previsões do Vítor fui confirmar o skew-t pra ver o porquê do "razoável a bom". o tefigrama parecia bastante bom, embora com algum vento de Norte, o que é sempre (sempre mesmo?) chato. em todo o caso, ia haver nuvens, boa térmica, tecto razoável.. e o vento é bom pra nos levar longe. Por coincidência ia estar na Covilhã nesse dia por isso despachei as reuniões cedo e siga pra serra.Poderia ter descolado mais cedo, pois já tinha rodado a norte, e tava muito tapado. quando descolei não se subia e andei a ladeirar na encosta do skiparque. o máximo que dava era os 1400, tudo á sombra, ventinho.. ora bolas.. cheguei atrasado -pensei. Mesmo assim, mandei-me para a encosta de Verdelhos, á espera de uma aberta de sol que me fizesse subir um pouquito mais, ou que derivasse numa bolha para o fim do vale, onde bomba sempre. népia.. baixo, rasteirinho, só dava mesmo os 1400 com mta deriva. "Que se lixe, pelo menos dá pa chegar ao aeródromo da Covilhã, não vou já pro chão" deu, e deu pra continuar.. a rapar sempre, enrolava as bolhecas junto ao chão, sempre a ver qual era o campo onde ia aterrar. mas a coisa lá ia funcionando e passei o Zêzere.organizou-se qualquer coisa já nos campos onde eram os golos do Fundão nas mangas da Covilhã há uns anos.(Nos golos bomba sempre!!) e finalmente a chegar á Gardunha apanho o canhão: +6 até á nuvem, a 2200. a partir daqui a cena mudou radicalmete, foi sempre a abrir! muita nuvem a permitir andar a direito, subir sem enrolar e ainda pra mais a carregar no pedal.o Miguel vinha a seguir, a dar a dica ao rádio, o que dá bastante confiança qd se está sozinho por isso achei que ia explorar o dia ao máximo -" plos menos uns 100kmzinhos há-de dar :)" A mega nuvem na zona de Lardosa/Castelo Branco (70kilos) acabou por ser demasiado grande e acabou a chupa, cortando tb a actividade térmica pelo que tive um ponto mais baixo perto do Retaxo, aterrar não era um problema: pelo menos come-se bem na tasca! :D Mas aqui saquei mais uma bem redondinha outra vez lá pra cima.daí até Nisa (110kilos) foi um tirinho, transições a 60-70 com o acelerador metido, o Miguel quase não conseguia acompanhar com o VerticalMobil.Esta rota já era minha conhecida de há uns anos - ajuda saber que a estrada segue sempre recta e há aldeias de 10 em 10 km.. a estrada de nuvens estava ali toda montada e não havia nada que saber, foi o voo clássico, de umas pras outras. o tecto subiu pra 2500, a térmica continuava boa, era só sondar a zona qd começava a zerar, centrar bem e transitar novamente pra próxima.aproveitei pra sacar umas fotos, beber uma aguinha e tal. O Miguel começava a dizer que "cheira a record" mas pensei que ia ser difícil. Imaginar 120km pra frente desmotiva um bocado mas.. ainda era cedo.. lá no fundo comecei a focar nisso.depois de Estremoz (170kilos), acabaram as nuvens. só uns farrapos que desfaziam rápido, na frente, indicavam que o dia ainda não tinha morrido e onde estavam as ascendentes. passei pertinho de Évora e aqui perdi o apoio do Miguel pois o meu PTT não funcionava, conseguia ouvir mas emitir.. tá quieto. zero, nicles.Estávamos a comunicar na base do "se já passaste este sítio assim-assim, patilha 3vezes.. :) hi-tec, portanto.ele aqui desviou mais para a zona onde o PMoreira tinha aterrado no ano anterior, e eu a patilhar só 2x pra ver ser ele perguntava alguma cena que pudesse indicar que ia noutra direcção."ok, siga. logo se vê." depois desta zona o terreno já não me era familiar por isso não tinha bem a noção da minha posição, tinha o Alqueva bastante á esquerda e muitas outras barragens mais pequenas por todo o lado, o dia começava a acalmar mas mesmo assim forcei as transições com o acelerador.subi na última térmica exactamente na marca do meu voo do ano anterior (216kilos) e como o dia já ia avançado, achei que ia ser a última, foi aproveitar o +3 constante até lá bem acima e vamos a isto, só preciso de mais 15 pra passar o do Pedro. na última transição foi só escolher a melhor rota, passar mais aquele monte, avaliar a vila na frente (vinhas por todo o lado) e escolher o campinho, não se descia com aquele efeito da bolha de calor no chão e com paciência ainda teria dado mais um bafinho, mas continuei. já chega! :D Qd aterrei parecia que tinha ido com o live tracking! já toda a gente sabia! xiça, um gajo não pode ir voar tranquilamente e ter alguma privacidade, vêm logo melgar a saber qts kilos e qt tecto e mais não sei o quê.. :)na aterragem apanhei uma boleia altamente, o sr António ofereceu a bela da cervejola fresquinha e já me estava a oferecer pra jantar uma sardinhada, tomar um banho, dormir lá, casar com a filha, herdar as propriedades e a pensão, e tudo e tudo e tudo. o Miguel chegou pouco depois e foi a festa. o regresso ia ser longo.


quinta-feira, junho 03, 2010

Praia da Gralha










Dia 3 de Junho a previsão para a praia da Gralha apontava para vento NW com intensidade de 25 km/h. Situação que se veio a confirmar com tendencia a baixar para o final do dia. Poucas horas de voo, foi um bom dia para testar a minha máquina voadora.







quinta-feira, maio 13, 2010

Competição de parapente - Freixo de Espada à Cinta

Pequenos vídeos quase em tempo real, clique AQUI

1º dia (13 de Maio)

Más condições de voo, levaram a cancelamento da manga.

sábado, maio 01, 2010

Técnica avançada de descolagem

Aproxima-se uma das melhores épocas do ano para voar em Portugal. Saber descolar correctamente é uma das prioridades de todos os pilotos conscienciosos. Porque na verdade ainda é frequente verem-se alguns pilotos com experiência, durante a descolagem, no acto da viragem, largarem os manobradores. É um procedimento tecnicamente errado, do qual pode resultar uma indesejada descolagem. Não podemos ignorar que uma boa descolagem motiva sempre para um bom voo. Para um domínio correcto da asa umas horas de treino no solo pode ajudar em muito a tornar as descolagens mais fáceis e mais seguras.
Neste contexto, aconselhamos em particular para descolar a técnica avançada de descolagem, é utilizada por muitos pilotos de grande nível internacional. O seu procedimento é simples e eficaz, é efectuada de frente para a asa e o piloto nunca larga os manobradores.
As asas actuais permitem efectuar esta técnica de reverso, mesmo com intensidade de vento de 5 ou 7 km/h, tudo passa por um treino adequado ao nível de cada piloto.

Clique aqui: Técnica avançada de descolagem



quinta-feira, abril 15, 2010

Fenómenos meteorológicos


No dia 14 de Abril, a SW/W de Portugal um Centro de baixas pressões, associado à passagem de uma frente quente e logo a seguir uma frente fria. Causou no território nacional, nuvens de grande desenvolvimento vertical, causando chuva forte em alguns pontos do país.
Na sequência no desenvolvimento de um cumulonimbo na zona de Santa Apolónia em Lisboa em pleno rio Tejo, emergiu um médio tornado que podia ter causado grandes danos. São fenómenos raros no território nacional, mas parece que os tempos estão a mudar!... este ano num relativamente curto espaço de tempo vários fenómenos destes causaram prejuízos bastante avultados.

segunda-feira, março 29, 2010

Polvoeira no seu melhor

No dia 28 de Março, a previsão meteorológica para a praia da Polvoeira, apontava para vento relativamente fraco de sudoeste, situação que se veio a confirmar. Estiveram no local cerca de três dezenas de parapentistas que usufruíram de uma magnífica tarde, com uma janela de voo superior a três horas. O local é detentor de uma beleza invulgar, para mim, tem um sabor ainda mais especial, foi neste cenário que há cerca de 13 anos fiz o meu primeiro voo em parapente. Partilhar o céu com as gaivotas neste local, é simplesmente deslumbrante.



segunda-feira, março 15, 2010

Alvados em destaque

No dia 14 de Março, Alvados foi o local de voo escolhido por várias dezenas de pilotos. As fotos do link abaixo mencionado falam por si:
http://picasaweb.google.pt/brunobravomatos/20100314ParaglidingAlvAdos

Ficha Técnica
Desnível – 321 m.

Orientação – Nordeste.

Descolagem – Zona descolagem ampla e fácil, permite fazer top-landing.

Voo – vertente ideal para voo térmico-dinâmico

Aterragem – A cerca de 500 metros à frente da descolagem existe um bom campo de aterragem.

Acesso da aterragem para descolagem – É feita por estrada de asfalto, (a recolha por estrada são cerca de 20 Km)...

Lugares de interesse – Grutas diversas

sexta-feira, fevereiro 12, 2010

Escalada

A escalada é uma sucessão de movimentos harmónico que comportam a utilização das quatro extremidades (membros) para vencer um obstáculo, trata-se, pois de movimentos coordenados das extremidades que se efectuam para superar na vertical um obstáculo e a força da gravidade.
A escalada resulta da necessidade de remover o risco na tentativa de fazer graus elevados de dificuldade.
Os largos são raramente longos, a protecção é excelente e o escalador é livre de tentar encadear um conjunto específico de movimentos sem o risco de cair ao solo.
A escalada é um jogo de equilíbrio!... Trata-se em certos aspectos, de fazer algo que desafia o limite dos possíveis...
Escalar não é só a ambição de realizar grandes proezas, tem outros prazeres estimulantes que nos motivam para a prática deste desporto. Temos a oportunidade de descobrir paisagens por excelência, dá-nos o prazer de respirar ar puro e desfrutar a vida em plena harmonia com a natureza.
O contacto com a superfície rochosa assume um significado especial para o escalador; lá bem no alto o escalador pode vislumbrar belos horizontes e os locais culminantes que a natureza lhe oferece.
Em escalada, estamos sós, entre o céu e a terra, sem juizes, sendo muito mais valorizada toda uma série de atitudes próprias de um verdadeiro desportista. Podemos dizer que escalar rochas é partilhar um diálogo a sós com a natureza, é sentir a aventura e os desafios que ela nos proporciona.
O desejo de subir, de alcançar o topo é próprio do ser humano, que se antes o fazia por necessidade e desafio à sua própria existência, agora o faz para testar os seus limites e ver até onde consegue chegar por si e em relação aos outros.O objectivo geral da escalada é o de conseguir ascender por superfícies quase verticais, em gelo, rocha ou paredes artificiais construídas propositadamente para a prática desportiva.Não é uma actividade que possa ser considerada dispendiosa, exigindo sim muito esforço, concentração, capacidade de resistência, grande controlo mental, grande conhecimento e controle corporal, bem como uma boa capacidade de visualização imagética para movimentos sequenciais.Requer apenas uma pequena base de formação teórica prévia, antes de começar a actividade propriamente dita.As vias de escalada são normalmente curtas, ascendendo no máximo a algumas centenas de metros.
REGRAS DA ESCALADA

· O indivíduo que executa a escalada apenas deve utilizar, para se agarrar, as saliências naturais do rochedo.

· Todo o material auxiliar, desde o mosquetão, corda, piton, plaqueta, entaladores, etc. apenas deve ser utilizado como segurança. O esclador não pode em caso algum, servir-se desses materiais para ajudar na sua progressão. As regras de jogo impedem-no também de descansar utilizando para o efeito qualquer tipo de equipamento.

· O outro elemento da cordada deve vigiar intensivamente todos os aspectos relativos à segurança e fazer com que qualquer queda acidental não tenha consequências graves.

PRINCÍPIOS DA ESCALADA
· Escala-se preferencialmente com as pernas.

· Em cada momento deve-se procurar a posição ideal para manter o corpo sobre os apoios, com o mínimo de esforço.

· Use as mãos e os pés como pontos de apoio. Nunca use os joelhos (evitá-los).

· Efectue primeiro a escalada com os olhos. Escalar, tranquilamente, cuidadosamente e correctamente.

· Atender sempre à regra dos três apoios. Escalar à força de braços só em casos muito especiais. Seguir quanto possível a linha da pendente.

· Não é a força a principal qualidade do escalador; mas sim a elasticidade e certas qualidades morais; (energia, sangue frio e vontade.

· Reconhecer rapidamente e sem errar o método a empregar.

EQUIPAMENTO

um arnês (ou baudrier), uma espécie de cinto revestido que amarra o corpo do escalador à corda, de modo a que em caso de queda esta seja protegida, evitando lesões ou pressões irregulares no corpo (deve ser escolhido algo justo e nunca folgado);


uns pés de gato, que são nada mais do que uns sapatos firmes e ajustados ao pé, importantíssimos para a aderência (por exemplo, em vias como o granito áspero , são indispensáveis, porque a força de braços é secundária e a aderência dos pés é aí muito importante. Em geral são comprados dois números abaixo do calçado normal. Isto permite que o sapato -pé de gato- não dobre nas pequenas fendas e se mantenha rijo contra a rocha);

o magnésio, para evitar a humidade das mãos e facilitar a sua aderência às paredes;
um saco de magnésio carregado à cintura, para transportar o magnésio, para poder ser usado durante a subida;


o capacete é uma protecção indispensável, que protege a cabeça do escalador, da queda de pequenas pedras ou outros objectos.




Um mosquetão de segurança leva um dispositivo roscado que não permite que se abra inadevertidamente.


Relativamente ao equipamento colectivo, este é constituído por:
Cordas dinâmicas, que são elásticas de forma a absorver grande parte da energia, para que no caso de uma queda o corpo não sofra esticões que provoquem lesões na coluna;



Fitas e cordeletes, para estabelecer pontos de segurança à medida que o escalador ascende (assegurando pontos seguros a várias alturas, evitando as quedas graves);




Gri-Gri, Aparelho mecânico criado para dar segurança. O seu funcionamento é semelhante ao dos cintos de segurança dos automóveis;



o "oito", que serve para provocar atrito na corda. O seu funcionamento é idêntico ao do Gri-Gri, mas não é automático;




Express, Fita costurada que une um mosquetão de dedo recto a um de dedo curvo. É vulgarmente utilizada esta expressão para designar todo o conjunto




Todo o equipamento de escalada é regido por normas mundiais ditadas pela União Internacional das Associações Alpinas (U.I.A.A.).
A Comunidade Europeia rege-se por normas próprias, que na área da Montanha são idênticas às da UIAA .
Uma equipa mínima é constituída por duas pessoas: um segurador e um escalador. As vias de ascenção podem estar equipadas ou não. Nas vias equipadas são instalados pontos de segurança (Spits, ParaBolts, Plaquetes) onde se prendem as fitas Express, que funcionam como pontos de segurança para quem escala à frente. Nas vias não equipadas, pratica-se a escalada artificial, que é mais especializada na utilização de dispositivos de segurança.
As vias, estão geralmente classificadas, de modo a dar aos escaladores a informação acerca do grau de dificuldade, dos problemas que se vão apresentar e dos riscos que podem correr. Para isso existem vários sistemas de classificação. Em Portugal e Espanha utiliza-se o sistema Alpino (de I a VII) para os níveis mais baixos até IV. A partir deste nível utiliza-se a escala britânica, que avalia de 1 a 9, contemplando escalões de A a C. Os graus numéricos tem a ver com a dificuldade técnica da escalada em si e as letras tem a ver com a aderência e perigosidade da queda.
Classificação comparativa dos níveis de escalada
Caracteristicas
Reino UnidoNumérico
AmericanoYosemite
AlpinoUIAA
Fácil (Tipo escadaria de pedra)

Class 1 ou 2
I
Alguma dificuldade (Escadaria em mau estado)
1a, 1b, 1c
Class 3
II,III-,III
Com dificuldade (sem alguns degraus)
2a, 2b
Class 5.1 ou 5.2
III+
Difícil (Degraus não identificados)
2c, 3a
Class 5.3 ou 5.4
IV,IV+
Severo (É requerida alguma técnica)
3b, 4a
Class 5.5 ou 5.6
V-,V
Muito severo (Exige técnica )
4b, 4c
Class 5.7 ou 5.8
V+,VI-
Duramente severo
5a, 5b
Class 5.9 ou 5.10a ou 5.10b
VI
Extremamente severo (Desportistas)
5c, 6a, 6b, 6c
Class 5.10c ou 5.11
VII.VIII
Extremamente duro (Desportistas)
7a, 7b, 7c
Class 5.12a até 5.12c
IX
Incrivelmente difícil e duro (Escaladores especializados)
8a, 8b, 8c

Incrível haver quem a faça !Talvez haja três no mundo!!
9a

Há outros sistemas, como o numérico australiano ou o Americano NCCS. Em Portugal, Espanha e alguns outros países usa-se a escala UIAA nos níveis mais baixos até ao nível IV. A partir deste nível utiliza-se a escala Britânica, ou seja: do 5a até ao 9a. A opinião dos escaladores acerca do nível duma via é normalmente consensual e as divergências são apenas entre os escalões a, b e c . Os graus numéricos têm em consideração a dificuldade técnica e são baseados nos movimentos difíceis (passos) a fazer. Os níveis têm também a ver com a aderência e o nível de perigosidade da queda.

Tipos de escalada
Escalada desportiva - É praticada em pequenas falésias que variam entre vinte e sessenta metros de altura sob condições controladas de segurança. Nesta modalidade, a preocupação do escalador recai apenas no seu desempenho, pois as vias são curtas, de fácil acesso, e tem boa ancoragem para o segurador, entre outras qualidades. Com estas características, os movimentos do escalador podem ficar mais difíceis, exigindo alto grau de precisão, o que torna o desafio mais interessante.
Escalada desportiva indoor - Trata-se da simulação de uma escalada em rocha, com a diferença de que aqui o escalador sobe paredes preparadas com agarras, simulando pedaços de pedra. Estas paredes podem ser desde muros de tijolos, com as agarras artificiais fixadas com buchas e parafusos, até estruturas de madeira compensada, montadas de forma a simular situações encontradas nas rochas naturais, como desníveis, inclinação negativa (mais que 90 graus), tectos, obstáculos, etc. Como as condições são controladas, esta modalidade desportiva oferece riscos menores e maior facilidade na prática, pois as paredes artificiais são já disponibilizadas por várias empresas, pagando uma diária e se não possuir material, alugando-o.
As dificuldades nos movimentos são semelhantes às encontradas em rochas naturais, pois procuram-se criar vias com diferentes níveis de complexidade, exigindo diferentes níveis de técnica e esforço físico. Serviam inicialmente apenas como paredes de treino, mas actualmente existe já um grande número de pessoas que apenas se exercitam nas paredes artificiais e que nunca vão para as montanhas.
Escalada artificial - É a escalada pura e é semelhante a escalar à frente. Só que aqui, é mesmo à frente! Durante a subida o escalador vai colocando os seus pontos de segurança na rocha com dispositivos especiais, por onde faz correr a corda que o segurará. O escalador, além de se apoiar na rocha, utiliza também artifícios de suspensão e subida que não deixa para trás, como por exemplo, grampos, nuts, excentrics, estribos, prussik, cordas fixas, etc.. As quedas na escalada artificial são muito perigosas, porque os pontos de ancoragem são sempre resultado de uma solução de risco. A utilização de meios não naturais para alcançar o cume justifica-se apenas para aumentar as possibilidades do escalador e não para facilitar a conquista de lances que poderiam ser executados sem a ajuda destes equipamentos.
Escalada em Big Wall - A sua duração pode chegar a vários dias, exigindo que o grupo tenha que dormir ancorado nas paredes, utilizando tendas especiais para o efeito. É uma modalidade que exige grande técnica de escalada livre e artificial, para além de grande quantidade de equipamento, comida, água, tendas, sacos cama, primeiros socorros, etc. É um desporto para montanhistas experientes. A região mais procurada para esta técnica é o vale Yosemite, nos Estados Unidos.
Escalada Alpina - Uma escalada é classificada nesta modalidade quando o grupo encontra paredes de difícil acesso, em regiões de neve e gelo, com clima inóspito e terreno perigoso (gretas). São utilizadas técnicas de big wall e escalada em gelo e neve. Pela sua complexidade, é necessário todo um planeamento prévio, levando em consideração vários aspectos, nomeadamente as condições meteorológicas e logísticas, pois diversos acampamentos terão ser montados e desmontados ao longo da ascensão.
Escalada em Top rope - Suspende-se o meio da corda no topo de um penedo através das sangles. Numa ponta encorda-se o escalador e, na outra, o segurador coloca a corda no dispositivo de segurança (Oito ou Grigri). A escalada faz-se como que em suspensão. Se o segurador puxar com a corda com força, até pode içar o escalador. Não há quedas de impacto existindo apenas um deslizamento. O Top rope é utilizado para aprendizagem ou para o estudo de uma via.
Escalar à frente - Numa ponta da corda encorda-se o escalador e, a uns três metros, no corpo da corda, o segurador coloca o dispositivo de segurança. O escalador inicia a escalada enquanto que o segurador vai dando corda. Assim que o escalador chega a um ponto de amarração (ancoragem) na rocha, coloca uma express e passa a corda pelo outro mosquetão da express. Parece complicado, mas aprende-se vendo e fazendo. Neste tipo de escalada existe a possibilidade de queda quando o escalador está entre dois pontos de segurança e falha um passo! Só o ponto de segurança anterior o sustém da queda.
Escalada em Boulder - Nesta escalada não é necessária a corda. São vias baixas que exigem passos de extrema força e agilidade. Praticam-se não em altura, mas em comprimento "travessias". Pode ser efectuada em rocha ou em rocódromos.

BREVE HISTORIAL

Ao longo dos anos e de modo a ultrapassar os vários tipos de obstáculos diferentes, a escalada foi desenvolvendo as mais variadas técnicas e estilos. Antes de praticar, devem ter-se algumas noções teóricas, num pequeno curso de iniciação acerca das técnicas mais elementares a utilizar, privilegiando sempre a vertente da segurança.
Nas últimas décadas a escalada desportiva tem evoluído consideravelmente, sendo que a grande difusão desta actividade se encontra muito relacionada com o aparecimento das paredes artificiais, que promoveram o primeiro contacto com este desporto a um maior número de pessoas, permitindo que estas depois se iniciem com mais facilidade.
O surgimento das paredes artificiais, surgiu na Europa, com o objectivo de substituir a escalada em rocha nos períodos do ano com condições climatéricas adversas. Mas imediatamente se percebeu que era também uma excelente forma de treino muscular e de técnica, pelo que proliferou rapidamente por todo o mundo. Com esta proliferação também a vertente competitiva da escalada mudou, ganhando uma nova dimensão.

As minhas qualificações neste âmbito: curso de escalada (em 1989) e curso de montamhismo (em 1990).