Pedro Lacerda, pertence à associação de voo livre de Sintra (AVLS) para além de ter conquistado o 2º lugar do campeonato nacional de parapente, teve a proeza de bater o recorde nacional de parapente na distância livre em 188,4 km entre Amoreira (serra da Estrela) e Évora Monte. Este voo teve a particularidade de ter sido realizado exclusivamente em território nacional.Conheça todos os detalhes do voo por Pedro Lacerda:
Dia 15 de Julho, na serra da estrela, tudo parecido com o dia anterior, onde tinha feito um voo de 7 horas, tecto alto, cúmulos bonitos e o camandro mas com uns belos 10 nós de NE em altitude.Nunca sai tão rápido da serra porque o dia estava mesmo já a funcionar e não foi preciso as cenas do costume de ficar à espera, foi descolar subir e bazar.Chegando à Covilhã, psicológico ou não é um desatino chegar à Gardunha, tinha o dia montado mas para lá da Gardunha e no planalto da serra, no intervalo népia mas estava a caminho.Repetiu-se a cena do dia anterior subir bem na Covilhã e ala azul fora à procura de subida que me leve à Gardunha. Ia mais pela direita seguindo o caminho aconselhado pelo Victor, e descoberto pelo Zé do Folgosinho. A meio da transição e sempre a descer, vejo à minha esquerda vi um monte de pó a subir e mandei-me para lá. Demorei a chegar e quando cheguei descobri que o que tinha visto foi um pequeno peido da mãe natureza e mais nada subia por ali.Mais à frente encontrei um zero onde me agarrei, lá deu para subir sempre no boianço e chegar por cima da Gardunha onde apanhei o canhão do dia, muito poucas voltas e de novo encostado à nuvem. Eu fico sempre espantado com a força destas térmicas mas depois falamos melhor sobre isso.Junto à nuvem andava-se uns belos 70 à hora por ali a fora agora com nuvens com fartura, optei seguir pela direita da a23 por cima do rio Ocreza, que achava que era o Zêzere vejam lá a ignorância. Cheguei rapidinho às portas do Ródão.
Falhei uns ciclos pelo caminho mas como o tecto era tão alto só era chato porque quando apanhava a térmica a seguir tinha de lá ficar mais tempo para recuperar da asneira. Mas quando acertava cagava em enrolar e punha-me a andar e a subir. Só enrolava quando apanhava núcleos fixes.
O frio era brutal no tecto e junto à nuvem. O arnês canoa é porreirito mas mesmo assim sofro com o frio.Nas portas do Ródão encontrei na térmica um abutre que foi comigo uns 50km a seguir, sempre que enrolava o gajo aparecia até que se sentiu tão em casa que se chegou a uns dois metros de mim, tive de lhe lembrar que a distância é importante e a coisa deu-se. Era como se fosse eu que mandava: quando parava para enrolar ele vinha ter comigo e começávamos todas as térmicas ao mesmo nível. Tirando uma em que fui eu que fiz melhor a transição e ele começou mais baixo. Ganhou-me numas a subir mas também perdeu outras. Os abutres são parecidos connosco em performance, ou então fartou-se de me dar abébias.
Devia começar a levar comida para dar aos abutres, soube que andam esfomeados no telejornal por causa das leis que proíbem o abandono de animais mortos.A seguir ao Rodão foi o rali das aldeias sempre de seguida Nisa, Alpalhão, Crato, todas as aldeias que na altura não sabia o nome e ia tentando explicar ao Miguel.
O Victor e o resto do pessoal vinham uns bons 40km atrás por terem saído mais tarde. Segui sempre uma linha afastada e à frente da serra de são Mamede porque por lá por trás, terras de Espanha, havia umas nuvens desenvolvidas quase ao disparate. Sempre com nuvem mais dispersa agora… siga para sul com um bom ritmo sempre à espera de encontrar Évora mas quando estava a uns 20km com umas nuvens já muito desenvolvidas à esquerda bato em cheio na brisa.Mas pareceu tipo que bati na parece, lá orientei a coisa a ver onde é que dava para aterrar sem estragos e perto duma aldeola e saiu a Aldeia de Vale do Pereira na herdade dos Bocareus a andar para trás.Abracitos Lacerda
Dia 15 de Julho, na serra da estrela, tudo parecido com o dia anterior, onde tinha feito um voo de 7 horas, tecto alto, cúmulos bonitos e o camandro mas com uns belos 10 nós de NE em altitude.Nunca sai tão rápido da serra porque o dia estava mesmo já a funcionar e não foi preciso as cenas do costume de ficar à espera, foi descolar subir e bazar.Chegando à Covilhã, psicológico ou não é um desatino chegar à Gardunha, tinha o dia montado mas para lá da Gardunha e no planalto da serra, no intervalo népia mas estava a caminho.Repetiu-se a cena do dia anterior subir bem na Covilhã e ala azul fora à procura de subida que me leve à Gardunha. Ia mais pela direita seguindo o caminho aconselhado pelo Victor, e descoberto pelo Zé do Folgosinho. A meio da transição e sempre a descer, vejo à minha esquerda vi um monte de pó a subir e mandei-me para lá. Demorei a chegar e quando cheguei descobri que o que tinha visto foi um pequeno peido da mãe natureza e mais nada subia por ali.Mais à frente encontrei um zero onde me agarrei, lá deu para subir sempre no boianço e chegar por cima da Gardunha onde apanhei o canhão do dia, muito poucas voltas e de novo encostado à nuvem. Eu fico sempre espantado com a força destas térmicas mas depois falamos melhor sobre isso.Junto à nuvem andava-se uns belos 70 à hora por ali a fora agora com nuvens com fartura, optei seguir pela direita da a23 por cima do rio Ocreza, que achava que era o Zêzere vejam lá a ignorância. Cheguei rapidinho às portas do Ródão.
Falhei uns ciclos pelo caminho mas como o tecto era tão alto só era chato porque quando apanhava a térmica a seguir tinha de lá ficar mais tempo para recuperar da asneira. Mas quando acertava cagava em enrolar e punha-me a andar e a subir. Só enrolava quando apanhava núcleos fixes.
O frio era brutal no tecto e junto à nuvem. O arnês canoa é porreirito mas mesmo assim sofro com o frio.Nas portas do Ródão encontrei na térmica um abutre que foi comigo uns 50km a seguir, sempre que enrolava o gajo aparecia até que se sentiu tão em casa que se chegou a uns dois metros de mim, tive de lhe lembrar que a distância é importante e a coisa deu-se. Era como se fosse eu que mandava: quando parava para enrolar ele vinha ter comigo e começávamos todas as térmicas ao mesmo nível. Tirando uma em que fui eu que fiz melhor a transição e ele começou mais baixo. Ganhou-me numas a subir mas também perdeu outras. Os abutres são parecidos connosco em performance, ou então fartou-se de me dar abébias.
Devia começar a levar comida para dar aos abutres, soube que andam esfomeados no telejornal por causa das leis que proíbem o abandono de animais mortos.A seguir ao Rodão foi o rali das aldeias sempre de seguida Nisa, Alpalhão, Crato, todas as aldeias que na altura não sabia o nome e ia tentando explicar ao Miguel.
O Victor e o resto do pessoal vinham uns bons 40km atrás por terem saído mais tarde. Segui sempre uma linha afastada e à frente da serra de são Mamede porque por lá por trás, terras de Espanha, havia umas nuvens desenvolvidas quase ao disparate. Sempre com nuvem mais dispersa agora… siga para sul com um bom ritmo sempre à espera de encontrar Évora mas quando estava a uns 20km com umas nuvens já muito desenvolvidas à esquerda bato em cheio na brisa.Mas pareceu tipo que bati na parece, lá orientei a coisa a ver onde é que dava para aterrar sem estragos e perto duma aldeola e saiu a Aldeia de Vale do Pereira na herdade dos Bocareus a andar para trás.Abracitos Lacerda